4 de abril de 2014

Taxista diz que achou que seria assaltado por ladrões que mataram aluno da Ufba

O taxista que transportou os dois responsáveis pelo assalto e morte do estudante Charles Muller Silva dos Santos, 21 anos, prestou depoimento nesta quinta-feira (3). O motorista, que não teve o nome divulgado, se apresentou no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na Pituba ao saber que era procurado. Ele afirmou não ter se apresentado antes porque estava em estado de choque desde a noite do crime, na última sexta.

O motorista disse ter ficado assustado com rumores de que poderia ter envolvimento no crime. Ele relatou o que aconteceu na noite. Segundo o taxista, que tem 25 anos na profissão, ele já se preparava para encerrar a noite de trabalho quando um rapaz fez sinal no final de linha do Engenho Velho da Federação. Ele disse que queria seguir no táxi até o Hospital Jorge Valente, na avenida Garibaldi. O taxista disse que ainda tentou recusar a corrida, dizendo que já estava encerrando o expediente, mas o jovem insistiu dizendo que o trajeto seria curto e ele concordou.

Quando os dois se preparavam para sair, outro rapaz chegou e entrou no táxi, sentando no banco da frente, ao seu lado. Durante o trajeto, o taxista disse que não conversou com os passageiros. Perto do hospital, o taxista pediu que avisassem o ponto que queriam que ele parasse e um dos rapazes disse que falaria no momento.

Logo que avistou o carro da vítima, o criminoso sentado no banco da frente pediu que o taxista parasse. Ele então pediu ao comparsa, sentado atrás, uma arma. Ao ver a cena, o taxista disse que ficou nervoso e achou que seria assaltado pelos dois. A dupla no entanto desceu do carro.

Nesse momento, o taxista tentou sair, mas disse que estava tão nervoso que deixou o carro "morrer". Ele conseguiu ligar novamente e saiu do local. O taxista se emocionou muito durante o depoimento.

O delegado Marcelo Sansão considerou que o depoimento do taxista contribuiu para confirmar todos os pontos da história e acredita que ele não tem nenhuma ligação com o crime, conforme os suspeitos presos afirmaram. (Correio)