Muitos moradores se aglomeraram no velório, que teve o prédio isolado pela Polícia Militar, permitindo apenas a entrada de familiares. Minutos depois, uma fila foi organizada para que as pessoas pudessem se aproximar do caixão, que estava fechado.
Presa na noite de ontem, a mãe do garoto, a psicóloga Natália Ponte, afirmou à Polícia Civil que estava sendo ameaçada de morte pelo padrasto do menino, o técnico Guilherme Longo - que também está preso -, pois queria se separar dele, informou ao G1 o promotor de Justiça Marcus Túlio Nicolino, que acompanhou o depoimento na Delegacia de Investigações Gerais de Ribeirão Preto (SP).
Ainda de acordo com Nicolino, Natália disse que Joaquim era visto pelo padrasto como um "empecilho" ao relacionamento do casal, que estava em crise após ela ter descoberto que Longo havia voltado a usar cocaína. A psicóloga também acrescentou que, em um momento de raiva, o marido ameaçou jogar o filho do casal, um bebê de quatro meses, contra a parede, caso ela se separasse.
"Três dias antes do sumiço do garoto, houve uma briga e ele ameaçou se matar. [Longo] disse que Natália ficaria, assim, com um pedaço do filho dele e um pedaço do filho do outro", disse Nicolino, referindo-se ao pai de Joaquim, Artur Paes.
Desaparecido de dentro de casa desde terça-feira, dia 5, Natália e Longo foram os últimos a ter contato com Joaquim, que foi encontrado em um rio após ter sido jogado em um córrego próximo da casa onde morava. Como não foi encontrada água nos pulmões da criança, a Polícia Civil concluiu que o menino foi assassinado e o padrasto é considerado o principal suspeito do crime. No entanto, a hipótese de que Natália está envolvida na morte do garoto ainda não está descartada. Os dois tiveram, no domingo, a prisão temporária decretada por 30 dias.
